EDIÇÃO EXTRA - Operação combate fraudes em licitação

A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão para investigar suposto desvio de R$ 40 milhões do Estado

Dois secretários-adjuntos foram presos na manhã de ontem durante a operação Edição Extra, deflagrada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), da Polícia Civil, que investiga um esquema de fraude em licitação que desviou mais de R$ 40 milhões do governo do Estado. 

Além disso, os irmãos Dalmi, Jorge e Fábio Defanti, proprietários das gráficas Print e Defanti, e Alessandro Francisco Teixeira Nogueira estão foragidos. Alessandro Nogueira atuaria como uma "espécie de braço-direito" da família. 

O esquema teve início ainda em 2011, data em que a polícia iniciou a investigação e somente depois de três anos foi possível deflagrar a operação. Foram expedidos seis mandados de prisão e 16 de busca e apreensão. 

Os focos principais foram as residências e gabinetes dos secretários- adjuntos Elpidio Espiezzi Junior (Secom) e Jose de Jesus Nunes Cordeiro (SAD), ambos presos, além da sede da Gráfica Print, onde três equipes da polícia fizeram as buscas devido ao tamanho do prédio. 

Também foram alvos as empresas Defanti, que são ligadas ao grupo da Print, inclusive sendo de propriedade de um dos irmãos, Gráfica JR Gusmão e na agência Casa D'Ideias, de Marketing e Propaganda. 

Porém, equipes da polícia também fizeram apreensão nas empresas JVA Transportes e AGFA Helth Care Produções Radiológicas, onde foram apreendidas CPUs, documentos e outros produtos que podem servir de provas. 

A busca e apreensão no prédio da Gráfica Print se estendeu até o período da tarde, pois nem todos os computadores foram apreendidos, uma vez que isso inviabilizaria outros trabalhos da empresa. 

Então, a polícia realizou a cópia dos arquivos e um sistema chamado de espiamento da memória dos equipamentos, procedimento que leva horas para ser concluído. 

Duas mulheres, que não foram identificadas pela polícia, também foram encaminhadas à Defaz por meio de medidas de condução coercitivas para prestar esclarecimento. Elas seriam funcionárias das empresas. 

Todos estão com prisões temporárias decretadas pela Vara Especializada Contra o Crime Organizado e a 14ª Promotoria de Justiça e Defesa da Administração Pública e da Ordem Tributária de Cuiabá. A investigação contou com apoio da Auditoria Geral do Estado e Ministério Público Estadual. 

Apesar de serem temporárias, ou seja, de cinco dias, as prisões podem ser convertidas em provisórias. A polícia ainda acredita que os empresários se entreguem após os advogados negociarem a soltura após o depoimento. 

A Operação contou com a participação de oito delegados, cinco escrivães, 35 investigadores de polícia, das Delegacias Fazendária, Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE), Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Gerência de Operações Especiais (GOE), além de peritos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e fiscais da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz). 

Os suspeitos poderão responder por fraudes em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

ALLINE MARQUES
Da Reportagem Diário de Cuiabá