IMIGRANTES - De cara nova, rodovia recebe elogios

Depois de muitos anos de queixas pelo excesso de buracos e falta de finalização, problemas na estrada estão sendo resolvidos

Após décadas de reclamações com excesso de buracos, “facões” e falta de sinalização, que acumularam tragédias, acidentes, engarrafamentos e até protestos, os problemas na Rodovia dos Imigrantes finalmente parecem estar acabando. Após ser privatizada, a rodovia foi completamente recapeada e sinalizada. 

O caminhoneiro Edemar Baronio, 54, contou que hoje mora no Paraná, mas que realiza fretes constantemente para Mato Grosso. Ele afirmou que há muitos anos passa pela Imigrantes e que não há como comparar com anos atrás. 

“Isso aqui era puro engarrafamento. A cada quilometro você via um caminhão quebrado por conta dos buracos e das valas. A sinalização era quase inexistente. Fora o tanto de gente que já morreu aqui”. 

Segundo o caminhoneiro, um dos motivos de ter se mudado para o Paraná foi justamente para fugir de estradas como a Imigrantes. “A gente chegava a levar quase oito horas para andar menos de 30 km. O frete perdia até o valor. E fora que quem trabalha com caminhão tem que se cuidar. Essa estrada era uma das mais perigosas que já andei.” 

Ildo Zanettim, 51, gerencia um posto de combustivo na MT-407 há 22 anos e em todo este tempo ele não viu a via como ela se encontra hoje. Conforme o administrador, por anos os próprios comerciantes realizavam as reformas necessárias na rodovia. “Agora pouco o pessoal estava cortando o mato do canteiro central. Antigamente éramos nós que tapávamos os buracos na ponte”. 

Apesar de comemorar as melhorias, Ildo afirma que alguns problemas permaneceram, em especial a ponte sobre o Rio Cuiabá. Segundo ele, o local tem uma infiltração que forma uma camada de água sob o asfalto, que afunda quando os caminhões passam ou que simplesmente arrebenta o piso. 

“As filas continuam, ainda não tem um acostamento descente e a ponte continua sendo um problema sério, mas ainda assim não dá para comparar. Isto é outra vida agora”. 

Outro medo do administrador é o rumor que a rodovia não será mais duplicada e que o tráfego pesado seja desviado para outra via, que deverá ser construída até 2016. “Bem, se isso acontecer, nós vamos quebrar totalmente”. 

A assessoria da Rota do Oeste informou que as obras tiveram início em março deste ano, logo após a empresa assumir a administração da rodovia. Na ocasião, os 28 quilômetros passavam por obras de ‘tapa-buracos’ realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). 

A concessionária realizou limpeza na faixa de domínio, refez a sinalização e em agosto iniciou a recuperação profunda do pavimento. 

O diretor-geral da empresa, Paulo Meira Lins, afirmou que o problema do asfalto era o mais grave. “Quando recebemos a rodovia fizemos um levantamento sobre o tráfego e condições do pavimento. O fluxo intenso de veículos e a falta de manutenção fizeram com que a situação se tornasse emergencial.” 

A Rota do Oeste retirou a camada superficial do asfalto (fresagem) e fez a reposição (microrevestimento). Aproximadamente 8 mil metros cúbicos de material foram utilizados na reforma, que contou com 30 equipamentos e 60 trabalhadores. 

Conforme a assessoria, agora o trecho pode ser percorrido em menos de uma hora e não há mais riscos de acidentes causados por buracos ou problemas no pavimento. A assessoria informou que a empresa mantém os trabalhos de conserva e manutenção da via. O projeto prevê ainda a construção de terceiras faixas, melhorias nas intersecções e passarelas, defensas metálicas e controles eletrônicos de velocidade.

GUSTAVO NASCIMENTO
Da Reportagem Diário de Cuiabá