O senador mato-grossense esteve reunido com o Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que o convidou para ingressar ao Partido Liberal
O Ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), está empenhado em cooptar lideranças mato-grossenses para o Partido Liberal (PL). O social-democrata oficializou na última semana o convite ao senador Blairo Maggi (PR).
O social-democrata se reuniu com Maggi na semana passada. Considerado a principal liderança republicana a nível nacional, o senador se mostrou relutante em aceitar o convite.
Sua principal preocupação é referente à possível perda do mandato com a mudança de sigla. Apesar disso, Maggi conta com o apoio do Palácio do Planalto para fazer a migração.
Desde o início do ano Kassab articula a recriação da legenda para tirar descontentes de outros partidos e fortalecer a base aliada da presidente Dilma Roussef (PT) no Congresso Nacional.
Sem representantes a nível federal de Mato Grosso, já que o PSD elegeu quatro deputados estaduais, a sigla acabou perdendo força política, diante das regras partidárias que contabilizam o número de deputados federais para assegurar tempo de rádio e televisão no horário eleitoral gratuito e para acessar um maior volume de recursos do Fundo Partidário Eleitoral.
Paralelo a isso, o ministro ainda tenta melhorar os quadros do PSD em Mato Grosso com a filiação de empresários como Eraí Maggi (PP) e Luiz Antônio Pagot (PTB). A intenção de Kassab é, mais para frente, fazer a fusão do PL e PSD.
No caso de refundação do PL, o ex-deputado federal e possível nome para disputar as eleições municipais de 2016, empresário Roberto Dorner, comanda as conversações para a nova sigla que já existiu no passado e em 2006 fundiu-se com o PRONA e se tornou o atual Partido da República – PR.
A fusão do então PL e Prona em 2006, foi no sentido de superar a cláusula de barreira, que colocava restrições às legendas que não obtivessem votação superior a 5% em todo o país e pelo menos 2% em nove Estados brasileiros.
Mesmo estando só nos bastidores, existem conversações em nível nacional, que passam por Congressistas, senadores e deputados federais de Mato Grosso para a criação do PL que deseja nascer com chances reais para conquistar importantes vagas nos municípios mato-grossenses.
O presidente nacional do PSD, Guilherme Campos Júnior, assegurou que como qualquer partido recente, o PSD aguarda sempre pela chegada de novos filiados, principalmente por aqueles que podem representar um crescimento significativo para a sigla.
Um dos nomes dados como certo, no entanto, no novo PL, seria do deputado estadual mais votado nas eleições de 2014 com 55 mil votos, Mauro Savi (PR) que já comunicou os principais líderes republicanos sua decisão de deixar a sigla em decorrência da falta de compromisso partidário na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, quando os cinco parlamentares da sigla aprovaram a indicação do seu nome para concorrer e depois votaram em outro.
Mauro Savi sempre foi próximo do senador Blairo Maggi, hoje líder do PR no Senado Federal, mas que já manifestou em outros momentos de crise a possibilidade de deixar a sigla assunto sempre recorrente na pauta político-partidária.
O problema que o deputado enfrenta, entretanto, é o mesmo visto por Maggi. A legislação eleitoral permite ao partido reclamar a vaga do parlamentar eleito que trocar de agremiação sem uma motivação legal.
Tanto as articulações do PSD por novos filiados, bem como a criação do PL deverão promover alterações na composição política da Assembleia Legislativa e com reais chances de atingir também a bancada federal de Mato Grosso.
A dança das cadeiras é tida como certa, mas somente com as definições das regras é que se saberá quem vai ou não trocar de partido, até porque dentro do Congresso Nacional, o PMDB se articula para instituir obstáculos a criação de novos partidos ou a fusão.
KAMILA ARRUDA
Da Reportagem Diário de Cuiabá
