O governo quer aproveitar a influência que o senador Blairo Maggi (PR) tem com o governo Dilma Rousseff (PT) para garantir os repasses federais
Com o intuito de demonstrar unidade e força política para buscar junto ao governo federal recursos considerados essenciais, principalmente em momento de estagnação econômica, o governador Pedro Taques (PDT) se reuniu com a bancada federal de senadores e deputados federais para traçar uma estratégia que vai ser centralizada principalmente no trânsito do senador Blairo Maggi (PR) com a presidente Dilma Rousseff (PT) e com os ministros do governo federal.
Acossado por necessidades emergenciais de recursos para atender as demandas reprimidas pela falta de investimento nos últimos anos em diversas áreas, principalmente em logística de transporte que é essencial para o escoamento da safra agrícola nacional que pela primeira vez superará as 200,63 milhões de toneladas de grãos (safra 2014/2015), o governo do Estado necessita, sob pena de ter o ano inteiro de 2015 prejudicado, da liberação de novos recursos.
De imediato o que tiraria Mato Grosso do sufoco, instado pela centralização dos investimentos na Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo desde 2011 até 2014, seria a imprescindível liberação dos R$ 400 milhões do Fundo de Exportação – FEX que era para ter sido quitado em dezembro do ano passado e de um empréstimo da ordem de R$ 720 milhões que aguarda apenas aval da Secretaria do Tesouro Nacional – STN que destinará R$ 420 milhões para pontes de concreto do Pró-concreto e R$ 250 milhões do Pró-restauro para recuperação de rodovias.
“É preciso antes de qualquer coisa reconhecer a unidade de todos os senadores e deputados federais, que são de partidos distintos, mas com o interesse maior em ajudar Mato Grosso a sobrepor as dificuldades”, reafirmou por mais de uma vez o governador Pedro Taques (PDT) que tem procurado apoio da bancada federal para romper o isolamento decorrente de sua endurecida relação com o governo da presidente Dilma Rousseff.
Caberá ao senador Blairo Maggi com o apoio dos senadores, Wellington Fagundes (PR) e José Medeiros (PPS) e dos deputados federais, Ezequiel Fonseca (PP) coordenador da Bancada Federal de Mato Grosso; Fábio Garcia e Adilton Sachetti, ambos do PSB; Carlos Bezerra (PMDB); Nilson Leitão (PSDB), Victorio Galli (PSC); Valtenir Pereira (SDD) e Ságuas Moraes referendarem a atuação do mesmo para conseguir vencer os obstáculos impostos pelo ajuste fiscal do governo federal para então conseguir que os recursos de Mato Grosso sejam liberados.
“O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já havia me falado no Senado que era necessário aprovar as regras do ajuste fiscal para então retomar outros entendimentos, como do Fundo de Exportação – FEX e do pedido de empréstimo de R$ 720 milhões aprovado desde o ano passado, mas não consolidado”, sinalizou Blairo Maggi.
O problema segundo, senadores e deputados é que a questão econômica está destoando da questão política, o que tem dificultado o cumprimento das obrigações do governo federal que não estaria honrando com os pagamentos de fornecedores, empreiteiros, Estados e municípios.
Para o deputado e coordenador da Bancada de Mato Grosso, Ezequiel Fonseca (PP), só pelo fato do governador Pedro Taques e a bancada federal, estarem falando a mesma língua já é um começo importante, pois as prioridades serão as mesmas.
Pedro Taques sinalizou pela realização periódica de encontros entre o governo do Estado e a bancada federal como forma de facilitar o intercâmbio de informações e de projetos de interesse do Estado. “Temos que impor nosso ritmo e necessidade para termos acesso a um tratamento diferenciado diante da importância que Mato Grosso tem no cenário econômico nacional”, disse o governador Pedro Taques.
MARCOS LEMOS
Da Reportagem Diário de Cuiabá