EMPREGOS - Pior abril da história

Por mais um mês, o nível de empregabilidade no Estado declina com corte de 3,2 mil vagas em 6 dos 8 setores

A geração de empregos com carteira assinada atingiu o fundo do poço, em Mato Grosso, na série histórica do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Abril registrou o pior desempenho para o mês, desde 2003, ao eliminar mais de 3,2 mil trabalhadores do mercado formal. A performance estadual foi a única negativa observada na região Centro-Oeste, no período. 

Conforme dados divulgados ontem pelo Caged, Mato Grosso eliminou 3.286 frentes de trabalho, saldo que resulta da movimentação entre admitidos e demitidos durante o mês, e se houve cortes na oferta de emprego, é porque o número de desligamentos superou as novas contratações. Em abril, as admissões somaram 34.788 e as demissões, 38.074. Em abril de 2003, por exemplo, primeiro ano das séries regionais para o Estado, o mês fechou com a geração de 3.984 novas vagas, isso, há 13 anos. Já em abril do ano passado, o balanço foi positivo, mas a oferta de novas vagas somou apenas 854. 

Dos oito setores da atividade econômica observados pelo MTE, seis demitiram mais que contrataram. Os setores de atividade que mais contribuíram para este resultado foram a agropecuária (-2.744 postos, devido às atividades ligadas ao cultivo de soja: -3.268 postos) e o comércio (-1.014 postos). Entre os dois empregadores do mês, o segmento único de peso no nível de empregabilidade é o da construção civil, que nessa movimentação mensal criou 816 novas vagas. 

Ampliando a análise para a performance do primeiro quadrimestre do ano o balanço segue negativo, já que aponta para uma retração no nível de empregos de 55,53%. De janeiro a abril deste ano, Mato Grosso criou 6.635 novos postos formais. No mesmo período do ano passado a oferta foi de 14.922 vagas. 

BRASIL – o saldo no país registrou declínio de 0,24% no estoque de empregos formais no país, o que representa uma redução de 97.828 postos de trabalho, resultado de 1.527.681 admissões contra 1.625.509 desligamentos. 

Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, o país vive uma crise política e não econômica, e a campanha para gerar na opinião pública uma percepção de grave crise afeta as empresas, que ficam num compasso de espera. “Quem pretende empreender, desiste e 

Entre as unidades da federação, cinco elevaram o nível de emprego formal: Goiás (+2.285 postos), Distrito Federal (+1.053 postos), Piauí (+612 postos), Mato Grosso do Sul (+369 postos) e Acre (+95 postos). Os estados onde o recuo foi mais acentuado foram Pernambuco (-20.154 postos) e Alagoas (-13.269 postos), cujos declínios foram influenciados, em grande medida, pelo desempenho do subsetor de produtos alimentícios, relacionado às atividades de fabricação de açúcar em bruto e no Rio de Janeiro (-12.599 postos), resultado ligado ao setor de serviços e à indústria de transformação. Em São Paulo, a redução foi de 11.076 postos, principalmente pela queda no comércio.

Fonte: MARIANNA PERES - Da Editoria Diário de Cuiabá